O Departamento de Saúde Reprodutiva e SIDA (DSRS) da Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM), com representação local ao nível do Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade da Beira Interior (MedUBI), assume, entre outros, como objectivo primordial a sensibilização dos estudantes de Medicina e da população em geral para uma sexualidade saudável, nas suas vertentes biológica e social.
Para onde vamos, já que os conceitos e normas psico-sociais, religiosas e culturais, que definiam a noção de normalidade deixaram de se aplicar à sociedade pluralista actual? A nossa tradicional ética sexual, seguida há centenas de anos, não consegue adequar-se às mudanças sócio-culturais e aos novos desafios do Século XXI. Vivemos numa sociedade plural, onde começam a tornar-se visíveis as mais diversas expressões da sexualidade humana adulta, as quais querem ser aceites, reconhecidas e legitimadas. Expressões sexuais que demonstram maturidade, respeito e consciência entre aqueles que as assumem.
A nível social, o grande eixo de discussão é "contra o neoliberalismo, o patriarcado, por uma Europa dos direitos, social e democrática". Isto significa que entendemos que, para um novo mundo, para uma outra globalização, é premente construir uma nova ordem moral e de géneros.
A orientação sexual, quer para heterossexuais, quer para homossexuais, não parece ser algo que uma pessoa escolha. Alguns estudos recentes indicam que a orientação sexual tem grande influência genética ou biológica sendo, provavelmente, determinada antes ou pouco depois do nascimento. Se bem que estes estudos não sejam conclusivos, é irresponsável assumir que a homossexualidade é uma escolha. Existem mais provas científicas que suportam a ideia que a orientação tem uma componente genética, do que provas que indiquem que é apenas uma questão de opção. Tal como os heterossexuais, os homossexuais descobrem a sua sexualidade como um processo de crescimento, socialmente construído. A única escolha que o homossexual pode tomar é a de viver a sua vida de acordo com a sua verdadeira natureza ou de acordo com o que a sociedade espera dele.
Descrever a homossexualidade como um simples caso de escolha é ignorar a dor e a confusão por que passam tantos homens e mulheres homossexuais ao serem marginalizados pela sua orientação sexual. É absurdo pensar que esses indivíduos escolheram deliberadamente algo que os deixa expostos à rejeição por parte da família, amigos e sociedade. Importa então, definir alguns conceitos:
HETEROSSEXUAL: Uma pessoa que se sente maioritariamente atraída emocionalmente, espiritualmente e fisicamente por pessoas do sexo oposto.
HOMOSSEXUAL: Uma pessoas que se sente maioritariamente atraída emocionalmente, espiritualmente e fisicamente por pessoas do mesmo género.
GAY: Normalmente usa-se o termo para indicar o homossexual masculino. Em algumas situações pode indicar a pessoa homossexual (masculino e/ou feminino), assim como a comunidade homossexual em geral.
LÉSBICA: Homossexual feminino.
BISSEXUAL: Uma pessoa que se sente atraída emocionalmente, espiritualmente e fisicamente de forma semelhante por pessoas dos dois géneros. Algumas pessoas identificam-se como bissexuais num certo grau.
TRANSEXUAL: Uma pessoa que pensa e se comporta no seu dia-a-dia em sociedade de acordo com o género oposto ao seu sexo biológico. Dito de outra forma: uma pessoa em que o género e sexo não são coincidentes. Muitas vezes (mas nem sempre) sujeita-se a uma operação de mudança de sexo. Os termos, pré-operatório e pós-operatório distinguem os transexuais que fizeram a cirurgia de mudança de sexo dos que ainda não a realizaram. Um transexual não-operatório é uma pessoa que, por qualquer razão, não pode ou não quer ser operado.
TRANSGENDER: Indivíduo que não segue a identificação de género tradicional. Neste grupo incluem-se além dos transexuais, indivíduos que gostam de usar roupas do sexo oposto em certas situações, pessoas com aparência ambígua em termos de género, etc.
TRAVESTI: Alguém que obtém prazer ao vestir-se com roupas normalmente associadas ao sexo oposto. Se bem que os termos homossexual e travesti tenham sido utilizados como sinónimos, são de facto conceitos diferentes. A maioria dos travestis são heterossexuais.
HETEROSSEXISMO: O ponto de vista para o qual a sociedade parte do princípio que todos são heterossexuais e que os homossexuais são de alguma forma inferiores aos heterossexuais.
HOMOFOBIA: Um medo irracional e irrealista da homossexualidade. A homofobia é perpetuada pelos preconceitos e estereótipos negativos que existem à volta do termo homossexualidade. A homofobia pode levar a ódios, discriminação e violência em relação aos homossexuais. Tanto os heterossexuais como os homossexuais podem ser homofóbicos.
Fundada em 1996, a Associação ILGA Portugal é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, sob a forma de Associação de Solidariedade Social, que tem por objectivos a integração social da população lésbica, gay, bissexual e transgéneros (LGBT), a luta contra a discriminação com base na orientação sexual e na identidade de género e a promoção da cidadania, dos Direitos Humanos e da igualdade de género.
A Associação ILGA Portugal tem ao longo dos anos desenvolvido inúmeros projectos numa base de voluntariado, entre os quais, a dinamização do Centro LGBT, a partir do qual a Associação e outros grupos têm desenvolvido as suas intervenções no âmbito cultural, social e político. O DSRS tem pensado um projecto contra a discriminação social das conhecidas minorias sexuais, tendo como principal objectivo a erradicação de alguns mitos no que a esta temática diz respeito. Este projecto será operacionalizado já em Janeiro de 2009, com moldes e objectivos específicos a divulgar oportunamente em www.dsrs-medubi.blogspot.com.
Nuno Tavares Lopes
Coordenador DSRS-MedUBI
Para onde vamos, já que os conceitos e normas psico-sociais, religiosas e culturais, que definiam a noção de normalidade deixaram de se aplicar à sociedade pluralista actual? A nossa tradicional ética sexual, seguida há centenas de anos, não consegue adequar-se às mudanças sócio-culturais e aos novos desafios do Século XXI. Vivemos numa sociedade plural, onde começam a tornar-se visíveis as mais diversas expressões da sexualidade humana adulta, as quais querem ser aceites, reconhecidas e legitimadas. Expressões sexuais que demonstram maturidade, respeito e consciência entre aqueles que as assumem.
A nível social, o grande eixo de discussão é "contra o neoliberalismo, o patriarcado, por uma Europa dos direitos, social e democrática". Isto significa que entendemos que, para um novo mundo, para uma outra globalização, é premente construir uma nova ordem moral e de géneros.
A orientação sexual, quer para heterossexuais, quer para homossexuais, não parece ser algo que uma pessoa escolha. Alguns estudos recentes indicam que a orientação sexual tem grande influência genética ou biológica sendo, provavelmente, determinada antes ou pouco depois do nascimento. Se bem que estes estudos não sejam conclusivos, é irresponsável assumir que a homossexualidade é uma escolha. Existem mais provas científicas que suportam a ideia que a orientação tem uma componente genética, do que provas que indiquem que é apenas uma questão de opção. Tal como os heterossexuais, os homossexuais descobrem a sua sexualidade como um processo de crescimento, socialmente construído. A única escolha que o homossexual pode tomar é a de viver a sua vida de acordo com a sua verdadeira natureza ou de acordo com o que a sociedade espera dele.
Descrever a homossexualidade como um simples caso de escolha é ignorar a dor e a confusão por que passam tantos homens e mulheres homossexuais ao serem marginalizados pela sua orientação sexual. É absurdo pensar que esses indivíduos escolheram deliberadamente algo que os deixa expostos à rejeição por parte da família, amigos e sociedade. Importa então, definir alguns conceitos:
HETEROSSEXUAL: Uma pessoa que se sente maioritariamente atraída emocionalmente, espiritualmente e fisicamente por pessoas do sexo oposto.
HOMOSSEXUAL: Uma pessoas que se sente maioritariamente atraída emocionalmente, espiritualmente e fisicamente por pessoas do mesmo género.
GAY: Normalmente usa-se o termo para indicar o homossexual masculino. Em algumas situações pode indicar a pessoa homossexual (masculino e/ou feminino), assim como a comunidade homossexual em geral.
LÉSBICA: Homossexual feminino.
BISSEXUAL: Uma pessoa que se sente atraída emocionalmente, espiritualmente e fisicamente de forma semelhante por pessoas dos dois géneros. Algumas pessoas identificam-se como bissexuais num certo grau.
TRANSEXUAL: Uma pessoa que pensa e se comporta no seu dia-a-dia em sociedade de acordo com o género oposto ao seu sexo biológico. Dito de outra forma: uma pessoa em que o género e sexo não são coincidentes. Muitas vezes (mas nem sempre) sujeita-se a uma operação de mudança de sexo. Os termos, pré-operatório e pós-operatório distinguem os transexuais que fizeram a cirurgia de mudança de sexo dos que ainda não a realizaram. Um transexual não-operatório é uma pessoa que, por qualquer razão, não pode ou não quer ser operado.
TRANSGENDER: Indivíduo que não segue a identificação de género tradicional. Neste grupo incluem-se além dos transexuais, indivíduos que gostam de usar roupas do sexo oposto em certas situações, pessoas com aparência ambígua em termos de género, etc.
TRAVESTI: Alguém que obtém prazer ao vestir-se com roupas normalmente associadas ao sexo oposto. Se bem que os termos homossexual e travesti tenham sido utilizados como sinónimos, são de facto conceitos diferentes. A maioria dos travestis são heterossexuais.
HETEROSSEXISMO: O ponto de vista para o qual a sociedade parte do princípio que todos são heterossexuais e que os homossexuais são de alguma forma inferiores aos heterossexuais.
HOMOFOBIA: Um medo irracional e irrealista da homossexualidade. A homofobia é perpetuada pelos preconceitos e estereótipos negativos que existem à volta do termo homossexualidade. A homofobia pode levar a ódios, discriminação e violência em relação aos homossexuais. Tanto os heterossexuais como os homossexuais podem ser homofóbicos.
Fundada em 1996, a Associação ILGA Portugal é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, sob a forma de Associação de Solidariedade Social, que tem por objectivos a integração social da população lésbica, gay, bissexual e transgéneros (LGBT), a luta contra a discriminação com base na orientação sexual e na identidade de género e a promoção da cidadania, dos Direitos Humanos e da igualdade de género.
A Associação ILGA Portugal tem ao longo dos anos desenvolvido inúmeros projectos numa base de voluntariado, entre os quais, a dinamização do Centro LGBT, a partir do qual a Associação e outros grupos têm desenvolvido as suas intervenções no âmbito cultural, social e político. O DSRS tem pensado um projecto contra a discriminação social das conhecidas minorias sexuais, tendo como principal objectivo a erradicação de alguns mitos no que a esta temática diz respeito. Este projecto será operacionalizado já em Janeiro de 2009, com moldes e objectivos específicos a divulgar oportunamente em www.dsrs-medubi.blogspot.com.
Nuno Tavares Lopes
Coordenador DSRS-MedUBI
Sem comentários:
Enviar um comentário